domingo, 25 de dezembro de 2011

Dona Maria

Das muitas lembranças boas que tenho da Dona Maria Moura, resolvi nesse natal contar uma história aqui que talvez jamais seja explicada corretamente pois ela já não está mais entre nós, mas eu acredito que Deus faz tudo pelo certo, e acredito sim em outro plano, em um lugar que as pessoas boas vão e podem interceder por nós.

A Dona Maria tinha 3 filhos, sofreu durante longos 3 anos em cima de uma cama, com demência degenerativa, com apenas 1 rim e muitas outras complicações, lutou pela vida como poucas pessoas que eu já conheci, dia 12 de maio de 2009 ela nos deixou e a partir dai entra a história que contarei agora.

Durante a vida dela rumores davam conta de que ela guardava um segredo, que ainda com ela viva uma das filhas descobriu meio por cima, porém a única pessoa que poderia ajudar a filha que descobriu morrera anos antes no trágico acidente da TAM em São Paulo, a pessoa era cunhada da dona Maria e uma das únicas que sabia dessa história, e depois disso a doença degenerativa da Dona Maria impediu que a filha desse prosseguimento ao caso.

Ela, por obrigação dos pais, em um tempo em que muitas coisas não eram aceitas pela sociedade se obrigou a doar a primeira filha que teve, porém ela registrou antes de doar , carregou consigo este segredo durante toda a vida e durante muito tempo a filha que ela deixara aos cuidados de outra mãe procurava por ela sem êxito algum nas procuras.

Logo depois que a Dona Maria se foi, como que por obra de forças de outro plano, a filha que ela deixara a anos achou a casa  dela, todas as histórias contada pela filha batiam exatamente com o pouco que se sabia dessa história, e o principal, tinha um documento que comprovava o registro e o fato ser filha da Dona Maria, as filhas da Dona Maria contam até hoje que sempre que perguntada de quantos filhos ela tinha ela sempre respondia 4, mas atribuíam isso á doença que a corroía, e hoje se explica.

Quando todos se reuniram pela primeira vez aqui em casa foi um choque para mim, mas acima disso eu consegui sentir a presença da minha vó ali, ela estava ali e ela sempre está em tudo que eu faço. Ela precisou morrer para interceder de alguma forma para que as filhas se encontrassem, ela nunca se perdoou pelo que fez, pelo que pode se constatar hoje.

E nesse Natal pela primeira vez todos se reuniram, todos estavam aqui e novamente eu pude sentir a presença dela, ganhei uma Tia nova, novas primas, pessoas que entraram na famila e rapidamente tiveram uma baita afinidade como se conhecessem a anos.

MInha vó foi nessa vida a pessoa que eu mais admirei e que eu sempre prometia a ela ser um vencedor e realizar os sonhos dela, não pude fazer enquanto ela estava viva, mas realizarei e sei que de onde ela estiver ela me ilumina para isso, pois vira e mexe eu posso sentir a Dona Maria aprontando mais uma das suas.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

 Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

As crianças

Hoje tive a felicidade de assistir a apresentação das  crianças na escola, a apresentação de natal que a escola faz todos anos, eu não sabia disso, mas quando cheguei lá fui agraciado por esta grata surpresa, tudo muito lindo.


É aonde se reunem as crianças e a sua inocência que Deus fala ao nosso coração, conseguimos ver com eles aquela energia positiva que só consegue se ver assim, em uma reunião de inocentes que ainda acreditam na magia do natal, que ainda acreditam no Papai Noel, que ainda esperam o presente e que dormem sonhando com a chegada desse dia. O tempo nos tira um pouco essa magia, o mundo nos tira, mas as crianças conseguem fazer, por um breve momento, que voltemos a esse tempo em que tudo era a magia, em que a celebração do nascimento de Jesus era uma data mágica.

Essa situação nos faz pensar em muitas coisas, inclusive a fazermos a pergunta , O QUE EU DEIXAREI PARA ELES? as crianças são sim o futuro da espécie e o futuro do mundo, trazem com elas a esperança de que tudo um dia dê certo, de que tudo volte a ser como era antes, quando nós éramos crianças.

Papai Noel não existe, mas a intenção da existência dele não é iludir as crianças, mas sim, que elas não percam a magia que nos dá tanta esperança de dias melhores, que elas não endureçam jamais, que elas na sua inocência nos deem esse momento que tive hoje, o momento da paz e da esperança de que neles está sim a esperança, e de que por eles Deus nos fala ao coração.




E NÓS O QUE DEIXAREMOS PARA ELES?