Passaram alguns dias depois da luminária que coloquei na frente da casa dela, repercutiu pouco, pois logo que eu cloquei ela chegou em casa e tirou logo de vista, não sei o que ela fez com aquela luminária, mas com certeza a reação foi contrária, pois as amigas que chegaram junto viram aquilo e convenhamos toda mulher gosta de ser paparicada, menos ela. Na verdade ela gosta, só falta admitir.
Durante alguns dias não tive notícias dela, ela se tornou incomunicável durante alguns dias, e eu caí naquele meio termo, acho que vou desistir, não adianta continuar tentando uma pessoa que insiste em se esconder atrás de si mesma, vai ver o problema sou eu, vai ver aparece outro e leva, traça, pega. Alguém com menos sentimentalismo e que saiba não abrir os sentimentos, alguém que seja um otário, pois mulher gosta de otários e eu definitivamente não nasci para ser um.
Espalhei para os contatos em comum que tínhamos que desisti, pois eu sabia que chegaria aos ouvidos dela mais cedo ou mais tarde, na velha ótica do telefone sem fio talvez, mas a informação chegaria EU DESISTI. Dois dias depois da informação plantada chega aos meus ouvidos que ela entristeceu com a informação, não admitiu mas deu para ver em seus olhos que ela não queria uma desistência da minha parte, segundo o que me contaram.
Fui até a casa dela, eu nunca tinha ido antes lá a não ser para pendurar uma luminária no portão, perguntei para eu mesmo, o que estou fazendo aqui? Era tarde demais, fiquei parado na frente da casa dela pensando em como fazer para que ela saísse lá de dentro, se ela soubesse que era eu que estava ali ela não sairia, escolhi uma janela para tocar uma pedra, quando fiz menção de tocar pensei, e se ela não está ali? se aparece os pais indignados? Não joguei a pedra.
Não queria envolver ninguém naquilo, se não eu pediria para alguém chamar, mas já estava escuro quando ela apareceu caminhando pela rua, chegou perto da casa dela e me viu parado na frente, com olhos de espanto perguntou:
- O que tu quer aqui criatura, enlouqueceu?
- Quero falar com você.
- Perdeu teu tempo não tenho nada para falar contigo.
- Por isso que eu disse que EU quero falar.
- Mas eu também não quero escutar.
- Até quando tu vai ficar nesse teu joguinho de que não sente nada? de que acha que é intocável pelos sentimentos, eu sei que não é verdade, tu tá querendo fugir, se esconder sei lá do que, se sentir pelo menos em alguma coisa melhor que as pessoas, sem saber que tu é melhor em muitas coisas, mas tu não te acha, tu quer esconder frustrações tentando aparentar que não sente nada, que é uma pedra, mas tu não é, pois se assim fosse não fugiria, foge porque tem medo de sentir, quem não sente simplesmente deixa acontecer e prova para si e para os outros que não sente nada, mas somos feitos para sentir, somos humanos, uns sentem mais que os outros, mas todos sentem. Sem nunca ter me visto, sem nunca ter falado comigo tu já agia assim, então não é simplesmente por gosto ou por realmente não gostar de mim que tu foge, é exatamente por ter medo de gostar, por ter medo de acreditar que alguém pode gostar de ti de verdade, que alguém possa olhar nos teus olhos e admirar teu sorriso e no final disso dizer Eu te amo.
Ela começou a chorar na minha frente e eu simplesmente não sabia o que fazer, será que eu tinha falado coisas tão horríveis a ponto magoá-la? Ela mantinha o olhar baixo e chorava, sem nada dizer, depois de alguns minutos ela falou no meio do choro:
- Você não me entende, ninguém me entende, ninguém se importa comigo e tu tá começando a fingir tão bem que se importa que eu vou acabar acreditando nisso.
- Todas pessoas ao teu redor se importam contigo, cada um da sua maneira, ninguém é igual a ninguém.
Ela manteve o choro e me abraçou, eu simplesmente não sabia o que fazer quando via alguém chorando na minha frente e aquela cena não estava no meu planejamento:
- Eu preciso entrar. Ela falou
- Tudo bem vai lá. Eu disse
- Vou sair com você
- O quê? Eu disse com um expressão de espanto.
- Marcaremos um dia para passarmos juntos , você terá um dia para provar que se importa comigo e que realmente pode fazer com que eu mude a minha opinião.
- Tá certo. Eu disse em um misto de espanto e euforia.
Ela me deu um beijo no rosto e eu fui para casa, elaborar o dia.
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